sábado, 21 de abril de 2012

É...





É um escape. É uma arte. É um pretexto para sair de casa e espairecer. É ir com aquela pessoa para um escuro onde a vida lança alguma luz. É a cena com a explosão que fez tremer a cadeira. É o beijo que vemos no ecrã, e temos pena de só vermos no ecrã. É o Ryan Gosling a partir crânios ao biqueiro, mas também a envolver a Rachel McAdams num abraço que explode mais corações do que crânios. É um barco que se parte em dois e nos fascina numa história parola. É imaginarmos que estamos numa galáxia distante, ao lado de um tipo que mais tarde é professor de arqueologia. É atrevermo-nos a tratar um realizador por Deus. É ter medo de Jack Nicholson à solta num hotel. É saber de onde vem o nome da banda Nouvelle Vague. É uma tarde no sofá, com um cobertor por cima. É pagar por um bilhete, e ver três filmes na mesma tarde. É ir de arrasto com 10 pessoas ver um filme que não se quer, ou mandar essas dez pessoas pastar, porque na verdade queremos assistir ao último do Woody Allen, e quero lá saber se ninguém tem paciência para o nova-iorquino. É ter vergonha de admitir que se foi ver "Pearl Harbour"  no cinema. É uma espécie de magia, mas sem varinhas. É digital e analógico. É 2D, 3 D e no caso da Salma Hayek, um 40 D. É saber que existe esperança, e desespero, que numa hora e meia podemos sentir ambas. É admirar uns, odiar outros, mas não passar a vida sem eles. É um assento, é um tubo de luz por cima de nós, são ilusões numa tela branca.


É cinema.

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